A CRIAÇÃO COLETIVA NOSSA DE CADA DIA, NOS DÁI HOJE.

Processo de construção em teatro é um caminho que seu grupo trilha para a criação. Nesse caminho, é preciso primeiro tomar consciência da necessidade de "desaprender". Aqui nesse ponto pode haver quebra de paradigmas. Romper as fronteiras e quebrar os espaços, para dar lugar ao novo, ao inesperado. É importante estar aberto para novas possibilidades de fazer, de ver, é necessário redescobrir. Através de um novo olhar, fazer uma releitura, focar para que se possa reorganizar para chegar a forma.

São vários os caminhos, mas eu gostaria nesse artigo de falar de um especifico que é Criação Coletiva ou Criação Colaborativa, justamente por identificar o mais parecido com a realidade dos Grupos de teatro na Igreja. Optei por explicar por tópicos, vamos lá:

- Pode ser construído a partir de um texto pré-existente.
- Ao utilizar um texto já pronto, remodela, corta, funde cenas, dando outra configuração ao texto original.
- Ou o grupo cria a partir de um tema, idéia, história, livro, notícia, etc.
- Essa proposta de construção do espetáculo teatral ganhou destaque na década de 70 e se caracteriza pela participação livre de todos do grupo na criação do espetáculo.
- Esse processo surgiu devido a problemas práticos percebidos no processo de construção da cena.
- O processo de criação convencional encontra seu equilíbrio baseado na hierarquia das funções teatrais.
- A Criação Coletiva ou Criação Colaborativa busca horizontalidade dos criadores, não há hierarquia.
- Todos oferecem propostas cênicas, escrevem, improvisam figurinos, discutem idéias de luz e cenário, todos pensam coletivamente a construção do espetáculo dentro de um regime de liberdade integral e recíproca influência. Isso torna impreciso o limite de atuação de cada um do grupo.
- Teorias, visões estéticas, conceitos, impressões, imagens, sensações, informações, idéias, improvisações, do imaginário de todos até a experiência pessoal de cada um.
- O processo é dialógico. Tudo é apresentado e examinado. Há debates, confrontação de idéias, sugestões, críticas, múltiplas interferências até que se estabeleça um "acordo" entre os criadores.
- É um processo de criação empírico, que pode resultar na experimentação da experimentação.
- Utiliza-se pesquisa cênica profunda e reflexiva.
- O ator interfere na dramaturgia, o dramaturgo interfere na encenação, etc.
- Porém, ainda que o ator traga mudanças nos diálogos ou até mesmo escreva uma cena, é o dramaturgo que deverá fazer a organização desse material.
- lembre-se que a interferência na criação alheia é extremamente delicada.
- A crítica, deve ter olhar racional, ser objetiva, ampla, completa e profunda. Deve avaliar, discutir e oferecer soluções e caminhos, sempre.
- Sua metodologia pode não determinar prazos ou objetivos, o que atrapalha o andamento da conclusão, tome este cuidado.
- O desenvolvimento de um olhar crítico sobre o próprio trabalho é condição fundamental para o desenvolvimento do processo.
- O resultado é imprevisível, mas tem se mostrado bem eficiente artisticamente.
- O diretor/encenador não se resume a simples montador de textos.
- O diretor/dramaturgo acaba tendo o trabalho de “amarrar” as idéias para  obter o resultado final, esse procedimento em si anula a idéia de criação coletiva.
- Não esqueça que é um processo de arte coletiva feito para ser compartilhado com outro coletivo, o público.

O que você tem a falar sobre isso?

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Um abraço e até a próxima!

Luiza Regina Reis
luizareginareis@bol.com.br
ABC do Teatro Ministerial

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